terça-feira, 27 de outubro de 2009

Loucura em alto mar

Nunca tive problemas com as mulheres. Pelo contrário sempre me dei bem. Mas essa era diferente das demais. Ela conseguia roubar-me a atenção cada vez que passava. Fascinava-me não só pela beleza e personalidade, mas tinha uma “coisa” que eu não sei explicar, só sei que nenhuma outra mulher tinha. Pode parecer uma descrição boba ou melosa, acontece que sou assim mesmo meio bobo e não me importo em mudar.
As mulheres são espertas, essa principalmente. Dentro do envoltório de presa indefesa, escondia-se uma predadora astuta. Sabia me olhar de forma que cada vez mais eu ficava confuso. Sabe aquele olhar que diz que te quer, porém tem medo, mas na verdade você sabe que ela não tem medo algum? Pois é, eu não tinha idéia do que se passava em sua cabeça, mas eu precisava agir, tomar uma atitude.
Todos os anos eu e alguns amigos alugamos um veleiro para passar o Ano Novo. Coincidência ou não, ela estava lá. Fomos apresentados. Sabe como é né? Quando você acaba de conhecer alguém, fica aquele silêncio. Com o passar do tempo o assunto começa a surgir e a tensão a baixar. Não sabia o que falar. Comecei com indiretas ridículas:
-Legal a festa né?
-É! - disse ela sem empolgação.
-Quer algo pra beber?
-Não! Não precisa.
Nada que eu falava agradava. Até que lembrei que estávamos no mar, e de mar eu entendo. Contei histórias de tubarões aqui no Ceará, e que por conta do desequilíbrio da cadeia alimentar em outras regiões, muitos tinham migrado pra cá. Agora sim ela havia se interessado, ficando até um pouco assustada.
Estava escuro, as estrelas brilhavam e estávamos em um veleiro, faltando poucas horas para 2010. Tinha tudo para dar certo entre nós, exceto pelo fato de que ela me ignorava. Com exceção dos poucos minutos em que tive seu interesse, ela já havia voltado a ignorar-me.
Tive a brilhante idéia de subir no mastro do veleiro e ameaçar jogar-me ao “mar de tubarões”. Só assim consegui chamar a atenção dela. Talvez não da melhor forma, mas consegui. Ela gritava pedindo pra eu descer. Disse que só sairia se ela aceitasse jantar comigo. Aceitou!
Anos depois do jantar, casamos e tivemos dois filhos! Brincadeira! A verdade é que depois do jantar, vi que ela não era aquilo tudo que eu pensava. Parti pra outra, e outra e mais outra. A cada ano uma nova mulher, uma nova loucura. Quem sabe um dia eu encontre uma pra sempre?! Aí sim eu cometeria a maior loucura de amor: entregar-me a uma só mulher.

Israel Alves

5 comentários:

  1. Ameiiii *-* Muito legal o texto ;) Principalmente o final... ;) Beijosss

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  2. "Como eu queria que vc me encontrasse..."

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  3. Nossa pikeno tu esvreve muito bem.
    Gostei da história, bem tua cara mesmo.
    (risos)
    Muito boa mesmo.

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  4. Aposto que vais ter sempre na sua vida muitas pessoas "afim" de voce, homens e mulheres acredite. Na verdade acabei de ficar encantadO com voce. Palavras não são só palavras... Espero que não pense de uma forma errada, mas receber um elogio de um outro homem é muito a frente. Parabens pela sua belaza verdadeira.

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  5. Parabéns, Israel!!! Você escreve muito bem seus textos prendem nossa atenção, e deixam um gostinho de "quero mais"... Não pare de escrever, você "leva jeito" mocinho ;D

    Deus te abençoe!!

    ;*

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