quinta-feira, 18 de março de 2010

The little things

Convivência fatal
Se tem um texto que se encaixou perfeitamente no que eu penso, é este que eu vou postar da Martha Medeiros. Eu tava tentando escrever um texto com esse tema, aí quando eu li o dela, desisti. Não conseguiria colocar meus pensamentos no papel de outra forma. Tentei e tentei de novo, mas sempre saía meio que sem originalidade, parecia uma cópia do texto dela, mas não era, juro! Era apenas meu pensamento.
Muito bom! Leiam!

As razões pelas quais um relacionamento começa costumam ser as mesmas pelas quais ele termina. Não estou sendo original, muitos intelectuais já escreveram sobre isso, mas a gente continua achando que duas pessoas se unem e se separam por motivos grandiosos. Unem-se por causa de um amor avassalador e afastam-se por causa de um briga avassaladora. Não é bem assim.
A atração se dá pelos pequenos detalhes. O jeito dela sorrir que cria uma covinha do lado esquerdo do rosto. O jeito dele usar o boné virado pra trás. A maneira como ele toca no cabelo dela. O fato de eles gostarem dos mesmos filmes e odiarem as mesmas músicas. A penugem loira do braço dela. A tatuagem no ombro dele. O jeito carinhoso dela com as amigas. Pequenos retalhos de uma colcha que vai sendo costurada durante todo o relacionamento. Até que um dia a colcha fica pronta, aquece por um tempo e aí começa a desfiar.
Infidelidades, brigas e espancamentos costumam acelerar o fim, mas não são os verdadeiros culpados pela derrocada da relação. São apenas conseqüências radicais daqueles pequenos desgastes que vão minando, em silêncio, a rotina doméstica. Ele não suporta a mania que ela tem de debulhar o milho no prato. Ela não suporta a mania dele ficar zapeando com o controle remoto sem parar em canal algum. Ele acha ridícula a maneira como ela amarra o cadarço do tênis. Ela detesta quando ele conjuga um verbo errado. Ele acha o perfume dela enjoativo. Ela acha que ele escova os dentes com displicência. Ele não agüenta o bom humor matinal dela. Ela não agüenta o ronco de urso dele. Ele queria que ela parasse de fumar. Ela queria que ele parasse de chegar atrasado. Eles queriam mágica: que seus parceiros virassem outra pessoa, mantendo-se eles mesmos.
Solução? Se eu tivesse uma, não estaria aqui. Estaria rica.

Martha Medeiros

Eu me identifiquei muito com esse texto. Sério, é um grande defeito meu, que cada vez mais eu to tentando corrigir, e até to conseguindo, mas aos poucos. Costumo guardar as pequenas coisas que me irritam. Um ciúme não “admitido” que eu tive, uma roupa que eu não achava bonita, a falta de cuidados dela com a saúde, a falta ou excesso de vaidade. São coisas pequenas, vocês podem até me chamar de fresco, ou exigente, mas eu costumo pensar que vou passar a vida inteira convivendo com essas coisas. O problema na verdade, não é nem achar ruim algumas coisas. Sempre haverão divergências, isso é normal, e é até construtivo. O problema que tenho, é guardar pra mim! É incrível, eu consigo maquiar meu sentimento de forma que ninguém sabe como me sinto. Vou guardando pra mim, até que tem uma hora que eu não agüento e termino tudo. Fica parecendo que eu terminei por um motivo besta, mas não, foi todo um processo que me levou a isso.
Enfim, estou melhorando em relação a isso, mas queria meio que desabafar aqui, foi muito bom encontrar uma autora que pense como eu! Pronto ta aí um texto para os que pensam, ou querem que o que eu coloque no blog seja pessoal!
Israel Alves

2 comentários:

  1. Concordo ctg..
    "Não há nada mais importante que o surpéfluo"...
    ;}

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  2. A Martha medeiros é mesmo maravilhosa, descreve até pequenos detalhes dos mais diversos pensamentos. :*

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